Wildman Cestari

Wildman Cestari

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          RONDEL

 

Minha mãe me fazia tranças

Quando eu era pequenininha.

Depois que cresci só lembranças

Nem quer saber das tranças minhas!

 

Desse tempo bom de criança

Não perdi a doçura que tinha.

Minha mãe me fazia tranças

Quando eu era pequenininha.

 

Deus, não me tire a esperança.

De ouvir o acalanto que tinha!

Quando deixei de ser criança,

Perdi os afagos de rainha.

Minha mãe me fazia tranças...

  

Caçapava, 04/02/2013.

 


 

 

             RONDÓ

                     

Na mágica de seu sorriso,

Vislumbrou-me o céu, o paraíso.

Por estar há quão entretido,

Tive, turbado e combatido,

Por longo tempo, o meu juízo.

 

Na mágica de seu sorriso,

Vislumbrou-me o céu, o paraíso.

Ah, como o sol no olhar amigo!

 

Na mágica de seu sorriso,

Vislumbrou-me o céu, o paraíso.

Dispersou as sombras, o castigo;

Tudo é Paz! Caminhar contigo

É amar, cada vez mais, conciso.

 

 

Caçapava, 20/03/2013.

 

 


 

 

 

      CIRANDA

  

 

Ciranda de roda,

Ciranda é rodar.

Bailando na roda,

Encontro meu par.

  

     Si si si, ça ça ça

     Si si si, ça ça ça

 

Menina não dança

Não sabe beijar.    

Menino não beija

Não sabe dançar.  

 

    Si si si, ça ça ça

    Si si si, ça ça ça

 

Ciranda de roda,

Ciranda é rodar.

Dançando na roda,

Eu beijo meu par.

 

     Si si si, ça ça ça

     Si si si, ça ça ça

 

Taubaté, 16/04/2010.

 

 


 

 

 

          PESCADORES

  

Seguem lua que vagueia,

Bravas almas, pescadores;

Da rasante à maré cheia

Por pensar nos seus amores.

 

Sonham suas as sereias

Sob encanto de licores;

Jogam ao mar suas teias

Por querê-las, pescadores.

 

Logo a razão lhes golpeia

Borbulhada por temores:

‒ Foi-lhes sempre a vida alheia

Aos seus sonhos, pescadores?

 

 

        Caçapava 23/07/2012.

 

 


 

 

 

TRIOLÉ

  

 

 

Ser fogo, insano e sagrado?                             

Sacro fogo leviano?                                                 

Amor por dúplice estado:                         

Ser fogo, insano e sagrado?                     

Teve o gênio conturbado,             

Vive convertendo o dano!                        

Ser fogo, insano e sagrado?                             

Sacro fogo leviano?                                                 

 

      Caçapava, 24/11/12.

 


 

 

 

                   VILANCETE (I)

 

  

         Mote

 

Como pássaro que voa,

Quem não ama, vive à toa.

           

          Voltas

 

Livre como o beija-flor,   

Esse ilustre beijoqueiro   

Como o vento ‒ passageiro,

Traz consigo o mel da flor       

Sem, por isso, ter amor.

Nem atina nem se doa,                   

Quem não ama, vive à toa.     

 

Tanto pensa por engano:        

‒ Amor não adoça a vida!                

Quer festiva a amarga lida               

Quem está no desengano,

Triste ser o próprio dano!

Partido em sua pessoa,

Quem não ama, vive à toa.

 

                  

         Taubaté, 10/05/10.

 

 


 

 

 

                      VILANCETE (II)

 

  

            Mote

 

Ai me diga, mia senhor,          

Da fragrância nasce o cheiro

E tal o desejo, o amor?              

 

           Voltas

 

Por tão sutil e faceiro,             

Diz nascer do beijo o amor;

Não! O aroma por brejeiro           

Que avoluma em seu teor

Todo o gosto do sabor.

Da fragrância nasce o cheiro

E tal o desejo, o amor.

 

O fogo se faz mais vivo

Se ativo no beijo o odor;

Quão cativo põe-se o viço

No desejo mais maciço

Assomado com fervor.

Da fragrância nasce o cheiro   

E tal o desejo, o amor.

 

  

 Caçapava, 04/10/11.

 

 


 

 

 

CANÇÃO DA CHUVA

 

 

Chuvinha fina

chuvinha boa

que cai do céu

que vem à toa.

 

Chuvinha fina

chuvinha boa

teu fino véu

é de garoa.

 

Chuvinha fina

chuvinha boa

graças ao léu,

o vento soa.

 

Chuvinha fina

chuvinha boa

tiro o chapéu,

se me atordoa.

 

Chuvinha fina

chuvinha boa

do amor sou réu,

ah, me perdoa!

                                                                                                 Autoria:Wildman Cestari

 

Taubaté, 15/04/2010

 


 

 

 

Soneto de rebeldia

 

Minha querida, que o tempo posto

Não torne em cinzas as claras chamas

E nem converta o riso em pranto,

Suave encanto de tudo quanto amas.

 

Mas cálido coração compadecido

Inda consiste forças pra morte,

Sim, ilusões respiram, dura sorte

A quanto bastar soberba extinguido!

 

Ah! Paixão mais razão se completam!..

Por que, enfim, não se juntam?

‒ Se é o que mais avença a rebeldia.

 

Pois o choro em oceano de agonia

E a dor amarga de rútilo veneno

É tão mais da alma que dela própria!

 

 


 

 

AUTO DE NATAL

O Deus menino já vem vindo,

Já vem vindo, é Natal!

Criancinha tão purinha,

Criaturinha fraternal!

 

A paz sorrindo maternal

Diz que o Deus menino

É divino, é divino.

— Divina graça, celestial!

 

O horizonte ao longe se ilumina

E um novo tempo descortina:

— É Natal, é Natal!

 

A mãe — angélica menina

Tão franzina peregrina

Desatina a missão universal.

 

— Que berço de amor e paz

É seu insensato coração!

 

Deixa inocente criancinha

Embrulhada num jornal.

Abandonada e sozinha

Na noite de Natal.

 

Mas o Deus menino já vem vindo,

Já vem vindo, é Natal!

 

Um coração acolhedor

Que por perto caminha

Ouve os gritos do Nosso Senhor

Na voz da criancinha:

— Ave Maria! Ave Maria!

— Mãe Rainha! Mãe Rainha!

 

A Estrela Guia tomada por um calorzinho

Proclama de seu alto esplendor:

— Bendito seja o coração redentor

Que conforta com carinho

O filho do Nosso Senhor!

 28/12/2010.

 


 

       A MINHA ESTRELA

 

Quantas saudades!... Sinto esta manhã.

Tanta luz se explodindo!.. Tanta vida!.. Tanto sol!...

Ah! Será ela vindo, a minha Estrela?

Há tantas esperanças alimentadas de partidas...

Que mesmo que se extingue a luz de que me vou indo,

                                                                    Te esperarei!

Serei como um velho girassol

cujas pétalas se queimam

e que se apagam com o tempo.

O tempo, o infalível!

O tempo é como o sorriso claro de minha estrela

na fímbria escarlate do infinito.

 

AUTORIA: WILDMAN     

  Viçosa, 30/06/2007