Hariarka Arkahare

Hariarka Arkahare

 

Hariarka Arkahare

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hare.arka@hotmail.com

As flores do Sarau  

                     

Fractais

 

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Água Salgada.

 

...Às vezes, nos barulhos dos ecos das turbinas   dos aviões,  espreitam maus augúrios por solidão de imensos alentos e assim de vez em quando, um deles fatalmente cai com tristes bodes expiatórios.

...O meu cigarro aceso na mão é a minha pedra de tropeço e nem espero de ninguém para isto compreensão, mas que me mandem boa energia para eu conseguir cismar de parar de fumar um dia, e sejam sempre os desatentos mais precavidos entre os outros!

...mas, ao longe, sensual há o mar inteiro salgado onde corpos joviais e celebrantes nadam, brincam, abraçam e se beijam como nunca dantes nas azuis ondas das vestes do mito lendário, divina belíssima imagem de mulher, de por nome, Iemanjá.

“Odoiá, odoiá”... que em barquinhos na praia, flores quando enlaçam-se, se vira o ano-novo no calendário!

...Que a todo silêncio de paz e efêmeras alegrias da vida, inexistirá o haver grito aflito e o findar-se envolto no “Aqui Jaz”.

E enquanto não se dissolvem as invejas plantadas no mundo, que doa a que doer o sorrir-se um sorriso bonito,  quando bonito por gentil e sincero, pois é verdade que muitos sabem que ter no rosto tal caro sorriso a viver é labutado e estiloso rito, o rito inimigo do desgosto!

 

 Fanzine Lírico n° 64   -   Hariarka Arkahare

 

 

 

 

Nostalgia

 Fractais

 

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Nostalgia

 

Deixa-me antes, por fim, em nome de algum romance, viver para sempre e sempre tendo comigo algum “chiquê”, com aura de final do Século XVIII, dos lencinhos com pó de arroz manchado de carmim, do bom perfume francês o aroma de um querubim, e da música erudita e seleta de um maestro destinado a ser surdo, apesar dos felizes ombros de atleta. E na janela dos ‘fiacres’ duquesas, condessas e nobres cortesãos, por entre operas e festas, desfilam a exibir exclusivas antigas ganhadas caras jóias.

 

E os vidros, amigos antigos do emblema frontispício dos prédios de arquitetura com força, finura européia de ilusória tão leve beleza, brilhante refletindo auroras e ocasos diante também da massa faminta que marchando ousou derrubar a realeza...

Deixa-me deleitar-me a sonhar desvarios com sabor de vinho bom, todo rubro.

 

Deixai que me inebrie, a própria sedenta saliva da língua de silêncios e conversas, guardada e minha, rosto boca, como se eu fosse banheira de mármore de ‘carrara’ branco, que transbordando estivesse lotada de deliciosa champanhe francesa, e que alguma alegria carnal um pouco, por bem, me enlouqueça.

 

Tão antes dos automóveis era o sonoro trotar dos cavalos em meio a muitos novos livros sobre algum sonho que houvesse em meio ao verniso dos móveis.

Os homens não mais usando as incômodas, obrigatórias velhas brancas perucas.

 

Das mulheres, cabelos mais naturais ora soltos, ora presos em coque como presilhas e diademas, e vestidos à Antonieta, soltos e sem espartilho com mantos e leques lenços de seda, roupas fatais à paixão, igual disparando gatilho.

 

Deixa-me, Destino, assim em nome de meu romance do amor em armadilha que já agora me enreda, e antes que chegue o fim que acuse eu, as cores de tais emblemas!

 

Fanzine Lírico n° 64   -   Hariarka Arkahare

 

 

 


 

Flores

 

 

 

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Pompéia

 

Fausto pleno nos pórticos da cidade, leviandade,  luxúria, orgulho e maldade na veia, grades de ouro e perfume construindo invisível cadeia, e o sol tendo por lume no céu azul um teto todo de vitral fatal.

E só pompa e luxo, e muita libido na idéia! Assim era a cidade de Pompéia.

Nos portais iluminados onde o mar espelha o lindo verão, os barcos chegam trazendo os muitos porcos dos charcos comprados por algum nobre varão, que a eles sacrificara para o banque do bacanal;

(...”e, ora ora, para que serve o ouro afinal?!”

... A Aranha do Tempo, dourada, tecendo secretas teias, fez da linfa de sua saliva fumaça em cume de perigoso vulcão; mesmo que disto algum inocente sofresse morrer solitário à míngua, como: “O menino perpétua múmia morto abraçado ao cão.”

(... e a bruxa Circe, da Odisséia bradou a seus corvos apontando para o abismo: “Nem que famintos, voem, buscando onde a vida não mais fica, quando a sorte é coisa mais alheia, desta do eclodir o brilhante Vesúvio, sobre a triste Pompéia, cidade tão rica.

Fanzine n° 65 Hariarka Arkahare   (06/08/2010)    confrariadocoreto.com.br

 

 


 

Da mulher abandonada

 

... Que mão de macumba meteu-se nas trevas, que para além de toda culpa, exclamares que vem me deixavas qual coisa que nunca foi tua; para veres por ti minha paz roubada?!

... Qual a pedra tão lapidada futura lápide de tua tumba que te deu aura tão crua para conclamares de rua e rua que eu ante ti fui é só usurpo?

... Reza sempre, sempre toda a linha traçada no mundo dos objetos, em meio a vasto desenho, que crescem os meus braços quais galhos de árvore sombreando teus caminhos, tão ausentes estes de dor, que feito um punhal, eu te desdenho.  

Meu amor ágil penetra fundo e em sonhos gelados me embrenho!

(...E não me deixarás jamais, pois a tua sombra já é o meu corpo.)

 

Fanzine n° 65 Hariarka Arkahare   (06/08/2010)    confrariadocoreto.com.br

 


 Fractais 2

 

 

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Bom Anjo Sinistro

 

Um misto de anjo e ‘nosferato’ há este que se ri alucinado.

Ele é feito um sábio-psicótico, a estranha morada de santos verbos.

Ele vive preso a esquadros, molduras e relíquias com o coração ardendo em brasa, nos turíbulos, nos precipícios e no princípio de tudo!

... Como nele não há inveja que ele entronize aos desterrados, e de cura e perdão aos errados.

Suas bênçãos são qual e igual poedeiras galinhas dos ovos de ouro; e quem metido a Tio Patinhas, não enxerga este tesouro que ele oferece aos povos.

(Ele é a benção que me sempre acompanha, santo natalino brinde de champanha nesta vida de vinhedos e vinhas. )

Fanzine n° 65 Hariarka Arkahare   (06/08/2010)    confrariadocoreto.com.br


 Os Fractais foram associados aos "Fanzines" do Arkahare, pois assim originalmente eles são confeccionados por ele com figuras tipo fractais. Veja mais: Introdução aos fractais, na revista Super Interessante em:

http://www.fractarte.com.br/artigos.php

 


 

 

 

Angustia Celestial        (À Isadora Dunkan ¨®14/09/1927)    Fanzine nº 08

 

(Por causa daqueles vestidos usados em anos já idos...)

O Silêncio da Terra pediu à Bruxa Maga que parados quietos estivessem num esquife o nome da mulher dos vários amores e dela os restos das pranteadas dores...

... e destruída sua requintada bela face ante flores e velas, numa mortalha lacrada...

... e as gloriosas luzes de suas danças transmutadas numa só escuridão parada e finada; enforcada; artista massacrada!

... A triste história materna da mãe que perdeu suas crianças enquanto buscava sua alma eterna...

(... e a tais violências foram tamanhas que as pessoas hoje estão é estranhas. )

Assim a Vós da Onda do Oceano afogou em si a Estrela Inteira, quebrada só para cruel brilho de sua espumante vaga de champanhe na talagada a cada celebração de um novo ano!

(No sonho do faraó mascararam em gorda vaca à canibal vaca – Magra, a qual que de ninguém sente dó quando a vítima dela não escapa...)

Foi quando o Escuro Vinhedo da Noite ganhou para fertilizante todo seu Um Novo Fel de Sapiências de Açoite que alegra a gargalhada do Vinhateiro Ateu na saúde do brotar radiante das uvas desta vinha e no novo gosto do vinho de suas Nuas Ciências. Eis que “As cidades lá do Céu e mais as eternas chamas do Inferno” vão ganhando novas urgências!

(... que a flor do velório mais derradeiro destrua o poder do Feiticeiro.)

Quem sabe aonde o hoje vai rumar?

O tempo faz contas no infinito e nisto cabe é coisa tanta.

No martírio de um anjo santo grande se faz o poder do rito.

(... e a morta enforcada em seus próprios vestidos com sua dança compassada nos acordes de um grito)

No silêncio da Terra tanta paz mudou-se em guerra...

Na voz da Onda do Oceano deságua um rio de choro aflito...

(...já no sonho do faraó escasseia o trigo ante a mó.)

Lá dentro do Escuro Vinhedo da Noite ainda gargalha o Vinhateiro Ateu, e planejando destruir o nosso e vosso filho meu. 

... oh Aquele que bata à porta do humano coração  e nele acolhida espera.

Lembrai do nome da Dançarina Morta e de toda a benção e unção que através dela vinha...

Ela, árvore de carvalho e cruz no Calvário, lagrima de fé e paixão que era só a quimera do orvalho e o itinerário de um caixão....

... de Isadora lembrei agora enquanto ao triunfo se espera que ela é A Sagrada Adivinha da

Hariaka Arkahare 2008

 

Novos Caminhos     ( à amiga Neusa)

Igual peixe fora d’água, penetrei num labirinto d’antigos fatos e, para fugir d’um mar de mágoa gerei-me esta nova ópera apresentada já em muitos atos.

(... e lá, o futuro nos espera lá onde um novo milagre se opera!)

Vivi com o coração na mão tantas vezes conjurando um nascer pleno de luzes, más a pecuária contava suas reses e o cemitério contava suas cruzes tenho buscado inédito sorriso amigo que me venha surgindo com luz do sol e árvores ao vento com flores e frutas repletas de cores e amor, esposos e amores na paz de ciranda de coisas completas...

... com o dom bom de destruir contendas, tribulações e alentos...

Quase sem saber nos demos as mãos num mutirão, derem caminho a reconstruir com pensamentos e sentimentos limpidamente sãos...

Nossas vidas sendo as fontes de tais momentos com a fé no amor a nos reunir libertos de todos os “ais”...

... livres de todos tormentos.

Hariaka Arkahare 2008  Fanzine nº 08

 

Gosto de Melado

“A hora do Vampiro” é o nome de um jornal todo feito de papiro, do papiro mais puro sem igual e que traz notícias de amor, notícias de amor fatal!

O “A Hora do Vampiro” não é um jornal de descrentes, suas notícias “doce-alegres” e incandescentes contam que o amor é coisa até triste e que tem gestos e glórias indecentes...

“A hora do Vampiro” é um jornal para apaixonados por isto não o vemos a ser lido por todos os lados (ele é um pote de melado que temos.)

... e se lho apregoa em altos brados:

“Jornal com gosto de melado, e de leitores lambuzados!”

Hariaka Arkahare 2008 (Aos amigos: André Bianc, Osvaldo e Karina) Fanzine nº 08

 

 

 

 


 

Veja mais Fractais com música em:

http://www.youtube.com/watch?v=G_GBwuYuOOs&feature=related

 

 

 http://www.youtube.com/watch?v=vuyRCfhCZT0&feature=related